Inteligência Artificial X sensibilidade humana
*Por Alyson G.
Hoje estava lendo um texto gerado por i.a sobre a essência do ser, estava lendo contrariado, e as palavras não faziam sentido, não pela falta de coerência entre elas, mas o fato de um aglomerado de símbolos organizados algoritimicamente falarem sobre algo que emana do ato de ser e existir.
Enquanto lia, escuto o som de uma caminhonete parando em frente a minha casa, e me vejo diante de uma situação que temia, pois tenho alguns meses de contas de luz atrasados, a vida de empreendedor por si só já me traz bastante reflexões sobre o essencial, já que na maior parte do tempo vivo a crise. Em frente a minha casa, os trabalhadores da Equatorial dispostos a fazerem o seu trabalho, me disseram que iriam embora se eu pagasse um dos débitos de 150 reais, liguei para o meu irmão, pedi o valor de 150 reais emprestado e realizei o pagamento.
Ao entrar em casa, sento novamente em frente a escrivaninha e ao notebook, olho para o aglomerado de palavras que estão na tela, e repouso frontalmente meu rosto sobre o caderno, e ao levantar a cabeça, noto mais uma vez que tenho que lidar com outra crise que parece a sombra de um eu imaterial: sobre o que é essencial em minha vida, e todo desequilíbrio imaterial que a busca pelo equilíbrio material gera.
Mas a sensação de mutilar meu cérebro enquanto lia, foi mais proveitoso do que propriamente o que estava algoritimicamente organizado. E isso me fez refletir sobre a importância de falar de humano para humano, e por conhecidencia, dali uma hora eu iria junto a um amigo para uma palestra sobre Dom Quixote e sonhos impossíveis.
E ao voltar da palestra conversamos sobre as pessoas artificiais socialmente organizadas naquele lugar, e tivemos uma conversa de humano para humano.
Da palestra guardei com carinho as seguintes palavras: viver na ilusão de um mundo melhor, e disposto a sacrificar-se com fé e amor. Essa mensagem foi como a luz natural que passa pelos mais estreitos vãos.
Perante a desolação de viver em um mundo que te obriga a suportá-lo.
Perante o esvaziamento de tudo. Na liquidez da reflexão e do pensamento; não mais orgânicos e sim artificiais.
Perante a toda organização simbólica das pessoas artificiais em eventos da alta sociedade.
Ainda posso olhar para o lado e ter a esperança e fé de ter pessoas que assim como eu, talvez, viva a ilusão de querer um mundo melhor.
E que, assim como Dom Quixote, ter sonhos impossíveis.
De ter um amigo de verdade.
De que mesmo através da minha insignificância, contribuir para um mundo melhor.
De poder sustentar o peso imaterial da minha vida, de querer se expressar.
***
Só mais duas observações: A inteligência artificial pode ser muito útil e necessária em um mundo que te faz pensar que você não tempo para ler livros, e que pensar por si só, e organizar do seu jeito as palavras é feio e que não pode haver coisas orgânicas no que deve ser artificial.
E a outra observação, é nada mais que um relato; usar inteligência artificial para escrever é como descascar o fruto cérebro, comer as cascas, e deixar o fruto apodrecer.
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