Você é o mundo e o mundo é você

 


*Por Jiddu Krishnamurti

Onde quer que você vá no mundo, seja ao Ocidente ou ao Oriente, os seres humanos estão passando pelo mesmo fenômeno: busca do prazer, grande sofrimento, falta de amor e medo da morte. Esse é o problema comum, não só do indivíduo, mas também de toda humanidade. Se posso apontar, muito respeitosamente, vocês não são diferentes de americanos, russos, chineses, europeus, africanos ou qualquer outro. Todos estão passando pelas mesmas coisas — confusão, conflito, miséria e angústia. Todos vivenciam a falta de afeto. Todos estão presos em diversas seitas, em diversas crenças.

Então, você é o mundo, e o mundo é você. Isso não é uma ideia ou conclusão, mas um fato psicológico verdadeiro. Estamos lidando com fatos, com o que realmente é, e não com teorias, dogmas ou crenças. Estamos interessados na transformação do fato. Assim, perguntamos: é possível transformar, mudar radicalmente, a estrutura psicológica humana?

A estrutura psicológica é a consciência. Essa consciência contém não apenas as muitas mágoas psicológicas, feridas, choques que a pessoa recebeu desde a infância, mas também o imenso sofrimento que o ser humano carrega durante milênios, e que ele não foi capaz de resolver. Nessa consciência está a busca de prazer e a estrutura e o movimento do medo. Nessa consciência está a questão do tempo, não apenas o tempo cronológico, mas também o tempo psicológico, isto é, todo o movimento do tornar-se. Nessa consciência está a questão da morte e da imortalidade, pois o ser humano, desde os tempos mais remotos de seu início, tem perguntado se existe alguma coisa fora do tempo.

(Extraído do livro de Krishnamurti: Uma eterna primavera).

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