Travessia com dois Vs pelo Guaíba

"CHALÉ", xilogravura, 37x27cm, tiragem 14/2O. Arlete Santarosa, (Bento Gonçalves, 1945).

*Por Ethon Fonseca

É isso mesmo, Amir Klink
maquilaram onde o rio tinha matas ciliares
com parquinhos temáticos
despejos nos seus afluentes
quando bastaria olhar dele para os movimentos de urbanitas
com seus olhares, seus avisos a navegantes, 
simbólicos ou de canto, do dia ou 
do tempo em que não se podiam dizer certas coisas 
mas talvez já cantá-las: "navegar é preciso, viver não é preciso". 
Então era isso mesmo: entre tantas bandeiras, 
leis e nebulosas de fumaça alarmando em brasis 
para além do sangue em fronteiras agrícolas 
e boiadas sem moitas regulamentares sequer, 
que dirá sanções aos que jogam tanta fumaça 
nos seres e olheiros de movimentações 
humanas como desde as que pretendem nos fazer fugir de balas 
e atoleiros, pirulitos às bocas ou entre jet-skis e escrotos
ou nos segurar durante a ressaca das ondas de rios aéreos 
a irrigarem brônquios tropicais e matas atlânticas 
de caminhos de retomadas marcados por sementes,
danças e batidas a conjurarem forças de novos 
dribles de orixás*.
A deixa de águas à cidade: 
serpenteie e saia do atoleiro com as próprias vilosidades 
e pernas - ou bata as asas, dragonesa!: 
As máfias já se adonando de tantos capitais 
armaram, buscando reeleger, seus testas de ferro: 
terão levado tanta injeção na testa assim 
quanto virado as costas à orla, 
como tantos ao cotidiano de aprendizagens 
com o próprio rio de que tiramos alguns nomes 
e onde seríamos sim banhados por suas águas 
ou jogamos tantos dejetos, como dos desmontes 
de infraestruturas, de segurança e urbanas, 
basilares objetos, portos e aeroportos, bairros, 
ramos de atividade "industriosa" 
do mundo cobrando ingresso para Canyons 
deixando de serem visitados.

*conforme enredo escrito em cartão na exposição de mitos sensíveis e estruturalista antropólogo famoso em Museu da Ufrgs como casa de amálgama sincrético este ano. 

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