Eu quero tocar meu violão por Ruanda
O conflito entre as etnias em Ruanda foi mostrado pela mídia como uma decorrência do "tribalismo tradicional africano", mas, na realidade, resultou da deformação e apropriação moderna de determinadas fraturas sociais da região central da África. Os agricultores hutus formam quase 84% da população, enquanto os pastores tutsis, que chegaram mais tarde à região construindo uma espécie de aristocracia feudal, representavam 14%.
Ni dyar'izuba, Rizagaruka, Hejuru yacu,
Ni dyar'izuba, Rizagaruka, Hejuru yacu,
Ni nduzaricyeza ricyeza.
Ni nduzaricyeza ricyeza.
Quando é que sol vai retornar a ficar sobre nós?
Quem vai revelá-lo mais uma vez para nós?
Ruanda, Ruanda,
É, Ruanda, Ruanda.
Eles disseram: "Muitos são chamados e poucos são escolhidos",
Mas eu gostaria que alguns não fossem escolhidos
para o derramamento de sangue de Ruanda.
Eles disseram: "Meshach Eshach e Abednego"
Jogados no fogo, mas você nunca se queimará
Mas eu gostaria de nunca ser queimado em Ruanda.
Eles disseram: "O homem é julgado de acordo com seus trabalhos",
Então me diga África, qual é o seu valor?
Não há dinheiro, não há diamantes, nem fortunas
Neste planeta que pode substituir Ruanda ..
Ruanda Ruanda
É, Ruanda
Isso é o choro de criança
Ruanda, Ruanda
Alguém ouve meu choro?
Se a América, são os Estados Unidos da América,
Então, por que a África não é Estados Unidos da África?
E se a Inglaterra, é o Reino Unido,
Então, por que não pode África unir todos os reinos
E se tornar Reino Unido da África?
Ruanda, Ruanda
É, é.
Isso são os gritos das crianças, é
Será que alguém aí fora ouve nossos choros?
É, choro do céu .. Choro de Jesus.
Senhor, você ouviu a gente te chamando?
É, Ruanda
Senhor, você ouviu a gente te chamando?
Você pode fazer algo por Ruanda?
Ruanda, Ruanda, Ruanda, Ruanda
Eu tô falando sobre Jesus; falando sobre
Ruanda, Ruanda
Falando sobre ... Falando sobre ...
Falando sobre ... Falando sobre ...
Eu quero tocar meu violão para Ruanda ...
Durante a ocupação alemã e belga nessas duas colônias, os tutsis foram cooptados pela elite europeia no poder. Após a independência, o regime neocolonial de Ruanda passou a ser dominado pelos hutus, que aliou-se incondicionalmente à França e ao Zaire. A hegemonia hutu, marcada por forte corrupção e exclusão estrutural dos adversários, começou a ser questionada no início da década. Refugiados tutsis, exilados há anos em Uganda, organizaram um pequeno exército (a Frente Patriótica Ruandesa - FPR), que penetrou no norte de Ruanda em outubro de 1990, sendo expulso um mês depois pelo exército. Sentindo-se desgastado e ameaçado internamente, o governo massacrou tutsis em 1991 e 1992, como meio de fomentar a divisão étnica, com vistas a permanecer no poder.
Apesar da assinatura dos Acordos de Arusha entre o governo e a oposição, a guerra civil foi reiniciada, com os rebeldes consolidando seu controle no norte e massacrando populações hutus. A paz estabelecida era frágil, e bastou que um hutu vencesse as eleições na vizinha Burundi, para levar os tutsis desse país a reagir.
A crise agravou-se com a morte dos presidentes dos dois países, quando foi derrubado sobre Ruanda o avião que os transportava para uma reunião, destinado a resolver a crise. A partir daí a guerra civil acirrou-se, e a FPR conquistou Kigali, a capital de Ruanda. Em 1994, teve início então um gigantesco massacre de tutsis e hutus moderados, que fez entre 500 e 800 mil mortos, e produziu um êxodo de 4 milhões de refugiados (numa população de 7 milhões), a maioria em direção aos países vizinhos, principalmente o fragilizado Zaire, que, junto com a França, era aliado do antigo governo. Os EUA imediatamente reconheceram o novo governo da FPR, que era também aliado de Uganda e Tanzânia.
O problema dos refugiados gerou tensões no Zaire, país que já enfrentava graves problemas internos, depois de malogradas tentativas de democratização. Em 1996 formou-se na região dos lagos, no leste, a Aliança das Forças Democráticas para a Libertação do Congo-Zaire, uma milícia composta principalmente por tutsis do Zaire. A aliança era liderada por Laurente Kabila, um negociante de ouro e marfim, associado a meios empresariais norte-americanos, que fora partidário de Lumumba no início dos anos 1960.
(trechos do livro "Século XXI - impasses e conflitos", de Paulo Fagundes Visentini).
A situação de Ruanda motivou o compositor e cantor haitiano, Wyclef Jean a compor a música "Milhões de vozes", tema principal do filme Hotel Ruanda. A música se tornou um hino, não apenas porque traz uma introdução cantada numa língua africana que mais parece uma oração, mas pela contundente denúncia social deste triste episódio histórico.
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Ni dyar'izuba, Rizagaruka, Hejuru yacu,
Ni dyar'izuba, Rizagaruka, Hejuru yacu,
Ni nduzaricyeza ricyeza.
Ni nduzaricyeza ricyeza.
Quando é que sol vai retornar a ficar sobre nós?
Quem vai revelá-lo mais uma vez para nós?
Ruanda, Ruanda,
É, Ruanda, Ruanda.
Eles disseram: "Muitos são chamados e poucos são escolhidos",
Mas eu gostaria que alguns não fossem escolhidos
para o derramamento de sangue de Ruanda.
Eles disseram: "Meshach Eshach e Abednego"
Jogados no fogo, mas você nunca se queimará
Mas eu gostaria de nunca ser queimado em Ruanda.
Eles disseram: "O homem é julgado de acordo com seus trabalhos",
Então me diga África, qual é o seu valor?
Não há dinheiro, não há diamantes, nem fortunas
Neste planeta que pode substituir Ruanda ..
Ruanda Ruanda
É, Ruanda
Isso é o choro de criança
Ruanda, Ruanda
Alguém ouve meu choro?
Se a América, são os Estados Unidos da América,
Então, por que a África não é Estados Unidos da África?
E se a Inglaterra, é o Reino Unido,
Então, por que não pode África unir todos os reinos
E se tornar Reino Unido da África?
Ruanda, Ruanda
É, é.
Isso são os gritos das crianças, é
Será que alguém aí fora ouve nossos choros?
É, choro do céu .. Choro de Jesus.
Senhor, você ouviu a gente te chamando?
É, Ruanda
Senhor, você ouviu a gente te chamando?
Você pode fazer algo por Ruanda?
Ruanda, Ruanda, Ruanda, Ruanda
Eu tô falando sobre Jesus; falando sobre
Ruanda, Ruanda
Falando sobre ... Falando sobre ...
Falando sobre ... Falando sobre ...
Eu quero tocar meu violão para Ruanda ...
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