Meu gato de estimação
*Por William Nunes “O que será que acontece depois? Será que eu vou ver a minha mãe?” Essas foram as palavras que Josefina dizia para sua filhinha Maria, de 12 anos, enquanto jazia deitada no chão frio do Hospital. A filha estava com as mãos dadas a ela desde 2 dias atrás, quando haviam chegado no local e desde então esperavam o leito médico no lotadíssimo hospital. E não era só elas, quando Maria olhava em volta, era tomada de tanto desespero que nem possuía mais lágrimas para chorar. Ao redor delas, dezenas, não, centenas de outras famílias choravam e se consolavam na fila de espera. Todas essas pessoas tinham 2 coisas em comum. Primeiro estavam doentes com a mesma doença, a chamada Covid-19, e segundo, seus nomes estavam todos numa mesma lista, a lista de espera de leitos hospitalares. Parece um nome de uma lista de execução de um regime autoritarista, talvez a lista de presos a serem enviadas para uma Gulag soviética, mas não é. São nomes, nomes sem rosto nem história, somente nome...