As murgas uruguaias e os cidadãos-artistas
*Por Lucas Berton
O poder da palavra é tão grande que pode criar o contradogma, que, mesmo sendo contra, pode ser dogma. É dever do cidadão-artista analisar e desmistificar todos os dogmas. Já que estamos condenados à criatividade, no presente estudando o passado, devemos inventar o futuro sem esperar por ele. Um futuro sem dogmas...
É dever de todo cidadão-artista, usando os mesmos canais de opressão, mas com o sinal trocado — palavra, imagem, som —, destruir os dogmas da arte e da cultura mostrando que todos os seres humanos são artistas de todas as artes, cada um do seu jeito. São produtores de cultura e não apenas boquiabertos consumidores da cultura alheia!
Não temos que ser melhores que ninguém: temos que ser melhores que nós mesmos!
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Murgas são manifestações culturais populares surgidas na Espanha, mas que criaram raízes no Uruguai. Elas ocorrem no Carnaval e são consideradas um gênero teatral-musical, composto por um grupo de 10 a 15 pessoas que, acompanhadas por bateria e outros instrumentos, entoam canções cujo tema principal diz respeito à assuntos políticos e sociais.
As Murgas uruguaias são formadas por artistas do povo, pessoas comuns, como nós, trabalhadores, farmacêuticos, carteiros, professores, operários... são autênticos cidadãos-artistas!
Murga "Falta y resto", de Montevidéu, apresenta o personagem "Biruta", que questiona a estrutura política e social do Uruguai, bem como a sua concentração fundiária.
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