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Mostrando postagens de novembro, 2023

Do nome deste blog

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Batizar este blog foi difícil. Depois de meses de debates, sugestões e testes, o nome surgiu de um encontro entre as "Folhas de relva", de Walt Withman, e "Vozes da Selva", de Horácio Quiroga. A escrita que pretendemos dar vida nestas postagens é selvagem como a natureza, mas também tranquila e reflexiva como um samadhi: isto é, um estado de consciência que expressa a união entre a consciência individual e universal. A nossa sociedade vive uma crise generalizada. A cegueira voluntária e providencial toma conta da maioria dos seres humanos, nos colocando numa condição de um breu típico das noites da selva quiroguiana. Numa noite assim, o fugaz lume de um fósforo não tem outra utilidade senão a de tornar mais compacta a escuridão vertiginosa, que provoca a perda de equilíbrio. Os fósforos não podem nos ajudar a enfrentar esta noite arcaica, que se torna mais espessa e vertiginosa. Nos guiaremos não por luzes efêmeras, mas pelas vozes da relva, que indicarão caminhos e...

“Não-dualismo” em James Hillman

A seguir, apresentamos um excerto do terceiro capítulo, intitulado “Polaridades em Psicologia Analítica”, do livro “Senex e Puer” de James Hillman. Seu conteúdo foi apresentado pela primeira vez no encontro de Eranos de 1967.

"Metade", Oswaldo Montenegro

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca pois metade de mim é o que eu grito a outra metade é silêncio Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que tristeza que a mulher que amo seja pra sempre amada mesmo que distante pois metade de mim é partida a outra metade é saudade. Quer as palavras que falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos pois metade de mim é o que ouço a outra metade é o que calo Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e paz que mereço que a tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada porque metade de mim é o que penso a outra metade um vulcão." Oswaldo Montenegro

Manifesto das intencionalidades

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A nossa sociedade vive numa crise generalizada. Ela se desumaniza e transforma em mercadoria tudo o que toca. Até mesmo a "arte", como a música e o cinema comercial — só para citarmos algumas — e a ciência — como a psicologia e a economia —, nos rebaixa e nos asfixia, ao invés de nos emancipar. Poucos são os meios de comunicação livres pra pensarmos e emanciparmos a coletividade — e a individualidade sadia dentro desta. Muita gente boa escreve, milita, pensa ou sente sozinho. Queremos fazer tudo isso juntos e estabelecermos pontes. Nos procurar e nos ouvir mais. Que a diversidade humana se expresse nesse novo blog, já que ela é o tesouro da "unidade humana", bem como o próprio tesouro da "unidade humana" é a sua diversidade. Que toda essa diversidade aprenda a dialogar e a construir junto, num novo tipo de equilíbrio que não é expressado pela direita política, tampouco pela maior parte da "esquerda", que é tacanha e limitada na sua forma de agir,...