Companheira de aço

*Por Cleverson P. Em meio a violentos estrondos, suas paredes são de aço, aço que estremece, aço que amolece. Poderosas lagartas sustentam esta pesada máquina, mas, no acidentado terreno, cuida-se um explosivo pequeno. Em seu interior, almas vivas, apertadas e vacilantes, que por vastas estepes buscam por algo inconstante. Nas noites congelantes, o calor do motor aquece, e o exalante óleo nos compadece. Entre tanta glaciação, o fogo seria de todo o encanto, se não nos apavorasse tanto. Uma pequena fagulha, para o fim de tudo o que nos entulha. Ao alvorecer, a luz adentra este forte casulo, permeando o escuro e o que nos há de mais puro, e o horizonte se torna um profundo devaneio aos olhos que se perdem por inteiro. À distância, avista-se o encontro usual, no qual o homem se torna mortal. Oh, tal combate feroz! Oh, tal barbárie implacável! Seria de tudo justificável, se do conflito tirássemos algo honrável.